terça-feira, 13 de setembro de 2011

História da Música


Na foto acima (Arnaldo Oliveira- em temporada tocando Piano Popular, com o "QUARTETO da UNIVERSIDADE do AMAZONAS" em 1998).




A música é uma das mais antigas e valiosas formas de expressão da humanidade e está sempre presente na vida das pessoas.na Índia, China, Egito e Grécia já existia uma rica tradição musical. Na Antiguidade, filósofos gregos consideravam a música como “uma dádiva divina para o homem. . .”
Segundo historiadores, o fazer musical de uma forma ou de outra, sempre esteve presente nas sociedades, desde as mais primitivas até as atuais. Sem dúvida, o nível de complexidade musical se alterou com o passar do tempo, mas não perdeu a sua característica de reunir pessoas. Hoje se percebe que a música tem a capacidade de aglutinar crianças, jovens e adultos, para cantar, tocar um instrumento, ou ambas. Verifica-se que os jovens se identificam por um mesmo gênero musical, o que lhes dá e reforça a sensação de pertencerem a um grupo, de possuírem um mesmo conhecimento. Assim, podemos afirmar que a vivência musical faz parte do dia-a-dia do ser humano e é muito salutar para o desenvolvimento de trabalhos grupais e que a aprendizagem musical abre portas para outras informações.
Antes da criança nascer, ainda no útero da mãe, já demonstra sensibilidade ao ambiente sonoro e responde com movimentos corporais. O ambiente sonoro e a presença da música em diferentes e variadas situações do cotidiano fazem com que bebês e crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva. Vários estudos comprovam a importância da música ao ser humano, especialmente às crianças, em fase de desenvolvimento e aprendizado do mundo.
Pesquisas recentes confirmam que até os seis anos é a hora de encher esses ouvidos de harmonia. Não é para formar músicos que a Musicalização vem ganhando espaço nas escolas, sendo incluídas até no currículo. A música ajuda a afinar a sensibilidade dos alunos, aumenta a capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória, além de ser forte desencadeador de emoções.
Cada ser humano que descobre sua voz, fica mais bonito, mais seguro de si e com a auto-estima elevada. Fazer música, principalmente em grupo, no coletivo, traz a noção da importância da ordem e da disciplina, da organização, do respeito ao outro e a si mesmo.
Pensando assim, a música não pode estar desconectada do processo de ensino-aprendizagem da escola. A vivência musical para a criança, em geral é extremamente agradável. Ela aprende novos conceitos e desenvolve diferentes habilidades, melhora a comunicação e desenvolve a criatividade, a coordenação e a memória. Nos primeiros anos de aprendizagem musical a ciança torna-se mais atenta ao universo sonoro de um modo geral e desenvolve uma atitude de ouvinte, que é muito importante para a apreciação musical e para o relacionamento pessoal.
Mesmo nos dias atuais, com toda evolução tecnológica, nada substituirá as cantigas de roda, os jogos musicais, parlendas, atividades que simbolizam a infância pela sua pureza e que contribuem para o desenvolvimento pleno da criança.
“A música é uma força geradora de vida, uma energia que envolve o nosso ser inteiro, atuando de forma poderosa sobre o nosso corpo, mente e coração. Além de alegrar, unir e congregar mensagens e valores, disciplinar e socializar, a música forma o caráter e favorece o desenvolvimento integral da personalidade, o equilíbrio emocional e social” (Profª, compositora e regente Míria Therezinha Kolling).
Trabalhar com música na Educação é um fazer artístico. Os ganhos que a prática musical proporciona, seja pela expressão das emoções, pela sociabilidade, pela disciplina, pelo desenvolvimento do raciocínio, são valiosíssimos, e para a vida toda.
Valéria da Silva Roque Fernandes

Referência Bibliográfica: Gamba, Ana Paula – Alto e bom som – Páginas Abertas N.20/2004 – p.26 a 35.

Música e Arte nas Escolas

(fonte arquivo: Agência Notícias Uel) - clique na foto para ler as informações sobre o evento





Estúdio de Música vai atender três disciplinas

Agência UEL

Entregue hoje (22/08) no Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), a sala técnica, primeira parte de um estúdio, que quando concluído, atenderá diretamente três disciplinas do Departamento de Música e Teatro: Sonoplastia (graduação em Artes Cênicas) Música e Tecnologia (licenciatura em Música) e Arranjo (pós-graduação em Música).

Segundo o coordenador do Estúdio, professor Fábio Parra Furlanete, “há também a previsão de que o local venha a atender a pós-graduação em Design e ao Grupo de Jogos do Departamento de Computação. Alem disso, o estúdio estará a disposição da comunidade universitária para as atividades pertinentes.

Na solenidade de entrega, que reuniu a reitora Nádina Moreno, a vice-reitora Berenice Quinzani Jordão, pró-reitores, diretores de Centros de Estudos e assessores, além de professores do CECA, o coordenador do espaço, professor Furlanete, sinalizou que “a obra, quando estiver totalmente pronta, compreenderá três salas: a sala central (técnica), o auditório, cujo projeto já foi encaminhado à Prefeitura do Campus Universitário, e a sala de ensaio”.

O local, pontua seu coordenador, que passou por uma completa adaptação, viabilizara gravações de pequeno porte ou o controle de gravações feitas a partir do auditório ou da sala de ensaio, através de um circuito interno de televisão. A sala técnica também foi projetada para comportar uma turma de 20 alunos sentados durante as aulas das disciplinas ministradas no estúdio.

O diretor do CECA, Gilmar Aparecida Altran, também discursou expressando a satisfação do Centro de Estudos em receber a melhoria viabilizada com recursos de R$ 172 mil provenientes da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná[(SETI), através da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF).


Blog do
Centro Acadêmico
de Música -UEL



http://camu-uel.blogspot.com/





HORÁRIO DE AULAS DO CURSO DE MÚSICA

1º. Semestre – 2011

(*sujeito a alterações)



MURAL DE FOTOS

(CLIQUE AQUI)



(formatura da turma "noel rosa" - fevereiro/2011)



(Apresentação musical - recepção dos ingressantes 2011 - sala 656)







CALENDÁRIO 2011







ESPECIALIZAÇÃO EM MÚSICA



HABILITAÇÕES EM: EDUCAÇÃO MUSICAL E ARRANJO MUSICAL



Mais informações acesse o site do curso (clique aqui)



Prograd lança o “Informa Estudantes”

Agência UEL

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) está oferecendo mais uma opção para acesso às informações acadêmicas, o “Informa Estudantes”. Acessível por meio no Portal do Estudante de Graduação (www.uel.br/portaldoestudante), após entrar com seu login e senha, o estudante poderá visualizar informes da Prograd, que tem trabalhado no sentido de fornecer o maior número de informações possíveis sobre a graduação, implementando melhorias na organização de seu conteúdo e apresentação visual de seu Portal na Web (www.uel.br/prograd).

Além disso, foi criado recentemente um espaço com formulários acadêmicos, no qual estão disponíveis diversos formulários, entre eles requerimentos em geral, aproveitamento de carga horária e equivalência de disciplinas, para que o estudante possa preencher, agilizando seu atendimento.

Também foram adicionadas ferramentas de busca para facilitar o acesso as informações no Portal. A Prograd planeja ainda implementar ferramentas da Web 2.0, que tem como sua característica principal a socialização e interação entre os usuários e a criação conjunta de conteúdos.




"...esta realidade
tende a mudar com a promulgação
da lei nº11.769 que determina a
obrigatoriedade do ensino da
Música, foco deste primeiro boletim
de 2010. Como um passe de mágica
professores precisarão estar aptos a
este exercício. Impossível! O Arte na
Escola se coloca ao lado do professor
para discutir a questão e para
instrumentalizá-lo para a sala de
aula. Leia o Boletim e visite o nosso
site www.artenaescola.org.br!"

Da lei à realidade

Como escolas, professores e secretarias de educação
se preparam para ensinar Música na escola até 2011

Debate
Especialistas em Educação apontam pontos positivos e negativos
da Lei Federal nº11.769 que tornou obrigatório o ensino de Música

Caminhos e desafios
A formação contínua para o ensino de Música é tema do
artigo da Profa. Dra. Iveta Maria Borges Ávila Fernandes

(Clique na foto para ler o artigo completo)

* * *
Sugestões de Aulas de Música
no Portal do Professor (MEC)

[clique aqui]




Que tal atualizar seus conhecimentos básicos de Teoria Musical?



(... e ainda, treinar seu Espanhol?)



(clique aqui)

"El Vademecum musical es un conjunto de definiciones ordenadas por orden alfabético y trata de ser una herramienta útil al servicio de profesores y alumnos de Conservatorios o centros de enseñanza musical de cualquier nivel, que quieran conocer a fondo aspectos concretos de la teoría musical; muchos otros se verán beneficiados de la claridad y sencillez con que se presentan esta gran cantidad de conceptos.

La inmensa mayoría de los conceptos se ilustra con uno o más ejemplos, ya sea en forma de tabla o gráfico explicativo o de ejemplo musical propiamente dicho. Hemos buscado los ejemplos más claros, concretos y de aplicación general posibles. La intención es aclarar y potenciar la definición textual.

El listado de términos incluye definiciones de forma, ritmo, armonía y melodía. No pretende ser un listado exhaustivo, ni abarcar toda la teoría musical."

Daniel Roca
Emilio Molina



Notícias:

11/05/2011

Professor participa de colóquio internacional na Itália

Agência UEL

O professor André Siqueira será um dos participantes do colóquio internacional “Voci dal margine. La letteratura di ghetto, favela, frontiera”, que será realizado, nos dias 24 e 25 deste mês, na Universidade de Siena (Itália).

O professor fará a conferência “A voz do morro: samba e resistência cultural”. O colóquio é uma iniciativa do Departamento de Filologia e Crítica da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Siena.

Docente do curso de Música da UEL, André Siqueira é conhecido em Londrina pelo seu trabalho como compositor, violonista e violeiro. O professor também produz e apresenta o programa “Cordas Brasileiras”, às terças-feiras, às 17 horas, com reprise aos domingos, às 7 horas. Na área acadêmica, o professor é aluno de doutorado em Ciências Sociais na UNESP de Marília.





16/03/2011

Quarteto de jazz formado na UEL estreia nesta quinta-feira

Agência UEL

Fábio Furlanete, Diego Barros, Augusto Shoji e Thiago Marinho (foto: CAMU)

O quarteto de jazz “Repentemudo” faz sua estreia nos palcos de Londrina nesta quinta-feira (17), em apresentação a partir das 20h30, no Brasiliano Bar e Cozinha.

O grupo é formado pelo professor do curso de Música da UEL, Fábio Furlanete e por três músicos que fazem a graduação na universidade: Diego Barros e Augusto Shoji, do terceiro ano, e Thiago Marinho, do quarto ano.

O repertório de estreia traz jazz moderno, dos anos 1950 e 1960, bebop e free jazz, destacando nomes como Milles Davis, Thelonius Monk, Billy Strawhorn, além de Lester Young e Joe Henderson.

Fábio Furlanete é professor da UEL desde 1999. “Eu estava há quase 15 anos sem tocar e foram duas vontades: a minha, de voltar, e a dos meninos de aprender uma linguagem nova para eles”, explica. (Com informações do Núcleo de Jornalismo da UEL FM)





11/03/2011

Convênio entre UEL e escolas viabiliza o ensino de Música

Agência UEL

Convênio possibilita o repasse de instrumentos musicais para escolas



Em convênio assinado hoje (11/03) na reitoria, a UEL cedeu, em sistema de comodato, 72 instrumentos musicais para as escolas estaduais Ana Molina Garcia e Moraes de Barros, de Londrina. Adquiridos com recursos do Ministério da Educação (MEC) e da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), e também doados pela Receita Federal, os instrumentos serão utilizados nas atividades do projeto de extensão “Identidades e Culturas Juvenis: agregando a escola e a comunidade na busca da transformação social”.

Com oficinas de violão, teclado, flauta doce, violino e percussão, além de artes visuais e teatro, em quase dois anos o projeto mudou a realidade social do Colégio Ana Garcia Molina, localizado na zona Leste de Londrina. As oficinas realizadas pelo Programa Universidade Sem Fronteiras da SETI, são desenvolvidas por estagiários dos cursos de Música, Artes Cênicas e Artes Visuais da UEL que buscam a integração entre a escola e as pessoas da comunidade.

Na avaliação da professora do Departamento de Música e Teatro (MUT), Cleusa Cacione, os instrumentos farão parte do material didático das escolas, inclusive para subsidiar o estágio curricular dos alunos do curso de Música. “Serão as duas primeiras escolas públicas com material adequado para as aulas, possibilitando o ensino efetivo de Música”, avalia. Já Aracelle Motta, diretora do colégio Ana Molina Garcia, afirma que a destinação dos instrumentos servirá para enriquecer as ações do projeto, já que a música será ensinada de maneira mais concreta. “A música está inserida no cotidiano da escola e conta com o completo envolvimento dos alunos”, diz. Além da vice-reitora da UEL, Bernice Quinzani Jordão, estiveram na assinatura do convênio a professora do MUT, Magali Oliveira Kleber.

A partir desde ano, o ensino de Música na Educação Básica (séries iniciais, Ensino Fundamental e Médio) passa a ser obrigatório nas escolas. Embora a lei que regulamenta a Música como conteúdo curricular tenha sido sancionada há quase três anos, as escolas públicas e privadas ainda se adaptam para incluir o ensino musical nos projetos pedagógicos e garantir o acesso de crianças e jovens ao conhecimento musical.





23/02/2011

Mais dois shows marcam recepção aos calouros no RU

Agência UEL

Como parte da programação de boas-vindas aos 3.100 calouros e aos demais estudantes da UEL nesta primeira semana de aulas, a Coordenadoria de Comunicação da UEL promove nesta quinta-feira (24), no pátio do Restaurante Universitário (RU) duas apresentações musicais.

No ritmo do legítimo samba de raiz, o primeiro show será às 11h45, com o grupo Samba 172, formado por alunos do curso de licenciatura em Música da UEL. No mesmo dia e local, às 18h45, o coral feminino Entretantas, formado por professoras e servidoras da UEL também levará boa música brasileira aos alunos.





22/02/2011

Regentes participam de Convenção Internacional nos EUA

Agência UEL


Professora do Departamento de Música e Teatro e regente dos coros Infantil e Juvenil da UEL, Lucy Schmiti, embarca no próximo domingo (27) para os Estados Unidos onde participará da American Choral Director Association (ACDA) – Convenção Nacional dos Regentes Americanos, que será realizada em Chicago, de 9 a 12 de março. Junto com a professora embarcam também as regentes Oleide Lelis, Klésia Garcia, Carla Nishimura e Ana Paula Miqueleti – que participam do projeto “Um Canto em cada Canto”, patrocinado pelo Programa de Incentivo à Cultura de Londrina (Promic), desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura.

Na prática as regentes pretendem levar a mala vazia para trazer de volta uma grande bagagem musical rica e variada, a partir de experiências, novas partituras, ideias e criações para colocar em prática nas aulas da Universidade e nos projetos que envolvem a comunidade. Lucy Schmiti é uma regente experiente, tendo começado as atividades ainda em 1982, como professora da UEL e auxiliar de regência do maestro Othonio Benvenuto.

Segundo Lucy, que já participou de uma convenção internacional há alguns anos, trata-se de uma experiência singular. Além de debates, workshops e máster classes, os participantes assistem a concertos, somando informações atualizadas sobre a prática e a regência de coral.

Assessoria a corais e coralistas

O movimento coral em Londrina é crescente. Além do interesse cada vez maior dos jovens com a prática coral, existe um trabalho desenvolvido junto a escolas da cidade, que estimula novos coralistas. Para dar atendimento a estas iniciativas, a UEL desenvolve o projeto de extensão “Procedimentos Técnicos em Regência e Preparação Vocal – atendimento à comunidade”, que tem o objetivo de atender as demandas dos coros de Londrina.

O projeto conta com a participação da professora Lucy e do professor do Departamento de Música e Teatro da UEL, Jailton Santana. A proposta é atender regentes e coralistas que buscam informações e oportunidade de aprimoramento. Contatos com o projeto podem ser feitos junto à Divisão de Música (Casa de Cultura) pelo telefone (43) 3322-5224 ou no Departamento de Música e Teatro da UEL (43)-3371-4761.







Tem aula de música na escola!

Apesar de obrigatória desde 2008, Escola Municipal Norman Prochet ensina a disciplina aos alunos há sete anos. (24/08/2010)


Qual a diferença entre a flauta transversal e a flauta doce?, pergunta o professor. ‘‘A flauta doce dá para comer?’’, responde, com outra pergunta, um aluno da frente. Pelo tom lúdico, dá para saber que a aula acontece em uma escola. O som do instrumento de sopro, então, pode ser ouvido pela turma de terceira série da Escola Municipal Norman Prochet, região sul da cidade.

A música é conteúdo obrigatório nas escolas públicas e particulares desde 2008 mas as instituições ganharam três anos para se adaptar à lei, o que significa que a partir do ano que vem, todas devem oferecer a disciplina. Na Norman Prochet, escola que ficou em primeiro lugar na nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) entre as instituições das séries iniciais de Londrina em 2010, as aulas fazem parte da rotina há sete anos.

Três vezes por semana, os alunos de 1ªa 4ªséries aprendem a distinguir o som dos diferentes instrumentos e os ritmos dos variados estilos musicais do repertório brasileiro. O aprendizado vem na forma da participação. Eles cantam juntos, batem palmas e interagem com os professores.

Os professores na verdade são oito alunos do estágio obrigatório do curso de licenciatura em Música da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Os estudantes dos dois últimos anos do curso fazem o planejamento das aulas e ensinam os alunos da escola Norman Prochet.

‘‘Eles aprendem os aspectos rítmicos e melódicos, a instrumentalização, os gêneros musicais, tudo sob o ponto de vista da percepção sonora, da execução, da produção musical, e conforme a idade, da reflexão sobre a música e o contexto no qual ela está inserida’’, explica a docente e coordenadora de estágio do Departamento de Música da UEL, Helena Loureiro. Ela conta que, em uma das aulas, por exemplo, os alunos produziram um blues junto com os estagiários.

Com as aulas, os alunos do ensino básico passam a ter contato direto com instrumentos musicais. ‘‘A gente vê instrumentos que nem conhecia’’, diz o aluno Victor Escame Munhoz, da terceira série. ‘‘Do saxofone, por exemplo, todo mundo ouve falar, mas quando trago tenho que identificar porque a maioria não sabe o que é’’, observa um dos estagiários da UEL, Wendel Gonçalves Antunes.

Os estilos musicais aprendidos em sala de aula também são variados. ‘‘Mas são principalmente os instrumentais, a que eles pouco têm acesso’’, continua Antunes. Para outro estagiário, Noel Carvalho Santos Jr, as aulas trazem uma experiência musical diferente da que a mídia costuma mostrar. ‘‘Sempre trago músicas folclóricas, especialmente músicas brasileiras.’’

Segundo Santos Jr, o importante é que os alunos não fiquem só de espectadores durante as aulas. ‘‘Uso muito o esquema das palmas e do pulso para ensinar o tempo da música, os próprios instrumentos para diferenciar o médio, grave e agudo...’’, exemplifica. E por mais que o objetivo seja ir além do que os alunos ouvem no dia a dia, o estagiário diz que sempre procura trabalhar com o contexto que a criança traz de casa, ‘‘para ter mais significado para ela’’.

Mais interesse

A diretora da escola, Sílvia Regina Souza Facco, afirma que as aulas de música têm efeito imediato sobre as crianças. ‘‘Elas fixam mais a atenção, têm mais motivação, estímulo, ficam mais calmas. Os indisciplinados ficam mais centrados e conseguem um resultado muito melhor.’’

Ela ainda conta que, depois das aulas, o interesse dos alunos em tocar algum instrumento também aumentou. ‘‘Temos muitas crianças que já foram iniciadas em um instrumento’’.

Em uma das turmas de terceira série, por exemplo, a ideia de tocar guitarra entre os meninos cria entusiasmo. ‘‘Quero aprender a tocar violão para depois comprar uma guitarra’’, declara Mateus de Andrade Santos, de 9 anos. O aluno Victor Escame Munhoz partilha do desejo. ‘‘Vejo outras pessoas tocando violão e fico com vontade.’’

Já Vitor Antônio Campos, também de 9 anos, prefere os instrumentos de sopro. ‘‘Já aprendi flauta e trompete na igreja. Escolhi esses porque são instrumentos de sopro, e como tenho asma, eles ajudam na respiração.’’

Na Norman Prochet, a música está presente não só nas aulas específicas, mas também de forma interdisciplinar. ‘‘Ela está inserida em atividades como a produção de texto com música de fundo, por exemplo. Os alunos pedem e já se acostumaram’’, comenta a diretora.


Mie Francine Chiba
Reportagem Local



Novos rumos para a música instrumental

Premiado pelo Rumos Itaú Cultural, multi-instrumentista André Siqueira se prepara para gravar CD, DVD e programas de TV. (10/11/2010)



André Siqueira: ‘O importante é tornar a música disponível;

considerá-la como transformadora da realidade’
Os acordes afinados e a brasilidade da música do multi-instrumentista André Siqueira agora ganham novos rumos. Recentemente contemplado na premiação do Rumos Itaú Cultural, na categoria música, ele se prepara para gravar CD, DVD e uma série de programas de TV onde o objetivo é mostrar o que há de mais diversificado e de qualidade no ramo musical brasileiro. ''É um prêmio importante, com 10 anos de história, que faz um mapeamento importante do que acontece no Brasil na área da música'', comenta Siqueira, um dos 30 selecionados dentre 393 inscritos na sua categoria. Ao todo, considerando as categorias Coletivo, Infantil, Homenagem e Mapeamento, foram 2.699 inscritos, sendo 74 pessoas selecionadas. De Curitiba, ainda foram contemplados Carlos Careqa (Mapeamento) e Maxixe Machine (Infantil), que concorreu com nomes como Pato Fu e Barbatuques, também vencedores.

Selecionado na categoria Coletivo, inédita no programa (assim como a infantil), Siqueira agora terá que se reunir com mais três artistas selecionados para criar uma obra coletiva. No seu caso, participam a pianista Délia Fischer (RJ), o guitarrista Guilherme Darisbo (RS) e o percussionista Loop B (SP). ''Os primeiros ensaios começam em dezembro e vamos ter um produtor só para o nosso grupo. Vai ser um desafio, é um processo instigante'', destaca Siqueira, que concorreu ao prêmio com três músicas - duas canções de Pereira da Viola e Wilson Dias e uma instrumental de sua autoria.

Aliás, a música instrumental é a sua linguagem sempre em busca de uma identidade própria. Arraigado na cultura popular, Siqueira conta que o violão é seu instrumento principal, mas não dispensa o bandolim, a guitarra portuguesa, a viola caipira, o contrabaixo e a flauta transversal - sem nunca descartar a possibilidade de assumir novos desafios instrumentais. ''A música está na cabeça e não na ponta do dedo. O instrumento é a ferramenta para tornar possível uma ideia'', avalia, destacando o trabalho do luthier londrinense Nilson Demare pelo som de qualidade.

Formado pela UEL - onde leciona - há dez anos, e com mestrado pela Universidade Federal de Minas Gerais, Siqueira agora está fazendo doutorado em Ciências Sociais na Unesp, de Marília, onde pesquisa o pensamento social da trilha sonora de filmes de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos. Ele ainda participa como colaborador de um projeto de extensão do curso de música da UEL no Colégio Estadual Ana Garcia Molina. ''O importante é tornar a música disponível; considerá-la como transformadora da realidade, e não o tocar em si'', defende.

Siqueira ainda lamenta que os projetos culturais da cidade não valorizem a música instrumental e considera que falta fomento para a produção local. ''O mais difícil é viver da sua própria composição, da sua própria linguagem, e Londrina deveria aproveitar a sua falta de tradição, por ser uma cidade jovem, para aproveitar o lado bom de poder fundir linguagens'', sugere. Quem quiser conferir parte do talento de André Siqueira pode ouvir o CD Lithos (2003), que está sendo distribuído pela Tratore em todo Brasil. Para o ano que vem, ele está preparando outro CD autoral, intitulado Catamarã.


Ana Paula Nascimento
Reportagem Local



Professor da UEL ganha prêmio Funarte 2010

Música
Composição premiada

Fernando Hiroki Kozu, compositor e professor de música da UEL, ganhou o Prêmio Funarte de Composição Clássica
12/01/2011 | 00:00



Timbres, harmonias e ritmos nada convencionais. Eruditos, mas não clássicos. A música contemporânea do professor Fernando Hiroki Kozu, do Departamento de Música e Teatro da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi premiada na edição 2010 do Prêmio Funarte de Composição Clássica, em novembro do ano passado. A composição aguarda agora o momento de estrear e ser executada na maior mostra de música erudita do Brasil, a 19ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea, que será realizada no segundo semestre.

A composição premiada aí, mas onde, como foi preparada para um quinteto de sopros: flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote. Das 384 obras inscritas, foi escolhida junto com outras 59. A premiação, na realidade, contemplaria 70 composições, mas segundo a organização a qualidade do material enviado não permitiu completar o quadro de prêmios. “Foi o primeiro prêmio que eu participo e o primeiro que eu ganho. Para mim foi uma surpresa. Eu não esperava. Enviei a peça mais por curiosidade”, conta o professor Kozu. Além de poder executar a música na Bienal, a peça recebeu um prêmio de R$ 10 mil.

A obra concorreu na categoria música da câmara para até dez instrumentos. “São várias, desde música orquestral até composições solo”, explica. O processo de criação, especificamente para o prêmio, demorou um tempo relativamente curto: 15 dias. “É uma peça inédita, que foi um dos critérios, de não ter sido apresentada em nenhum lugar. As ideias já estavam no ar, mas eu sentei para terminar em 15 dias”, diz. A harmonia instrumental, com estética da música contemporânea do século XX, segue um trabalho com sonoridades, texturas e timbres, de ritmo e harmonia pouco tradicionais.

Para concorrer, Kozu enviou a partitura aos organizadores. “Editei num programa, imprimi e enviei. Eles devem abrir concurso para os músicos executarem a composição”, afirma. Ainda com 36 anos, o professor formou-se em música pela própria UEL, onde passou a dar aulas como temporário em 2000. Seis anos depois foi efetivado no departamento. “Trabalho com as disciplinas na área de linguagem e estruturação musical, percepção musical, harmonia, análise musical e arranjos”, conta.

Com uma carreira tão jovem, ser premiado é um estímulo para continuar a produção. “Isso me motivou a dar continuidade ao trabalho. Não tenho um trabalho consistente, pois estou iniciando a carreira. Então, é um incentivo muito grande”, comenta. Uma produção que, por vezes, é considerada marginalizada, já que há pouco espaço para a divulgação da música erudita contemporânea, em comparação com a música erudita clássica. “A música clássica convencional tem espaço de divulgação maior”, aponta o professor.

Ao todo, o prêmio contemplou oito obras para orquestra sinfônica, seis para orquestra de câmara e seis para orquestra de cordas. Outras categorias também foram contempladas, como 16 para conjuntos de câmara (entre quatro a dez instrumentos), 15 obras solistas, duos e trios e oito composições de música eletroacústica.

“Não há espaço na mídia convencional”

JL – Qual a sua avaliação do cenário da música contemporânea em Londrina, no Brasil?

Fernando Hiroki Kozu – Existem várias vertentes dentro da música chamada clássica ou erudita. No ano passado, coordenei um evento dentro do Festival de Música de Londrina (FML), que foi o primeiro encontro paranaense de composição musical. A gente tentou fazer um levantamento, reunir alguns compositores do Paraná. Em Curitiba já tem bastante nome. Mas sempre é uma música muito marginalizada, que não tem outra via de divulgação e disseminação a não ser esse tipo de evento, em bienais, encontros, congressos, sempre ligados à área acadêmica. Não há espaço na mídia convencional.

A música erudita tem mais divulgação?

A música clássica mais convencional tem espaço de divulgação maior. A música contemporânea é mais experimental. Por ter linguagem distinta, cada autor tem uma linguagem própria, então ela não segue muitos padrões. Você ouve e identifica que aquilo te lembra alguma coisa. Houve um tempo em que um programa semanal na UEL FM divulgava esse tipo de repertório.

A academia estimula esse tipo de música?

A gente tenta sempre estimular com eventos dessa natureza. Nas aulas a gente tenta trazer esse material. Eu sou formado na UEL e acabei tendo contato com esse tipo de repertório dentro do curso, em projeto de pesquisa. Vejo que é um espaço que está cada vez mais acessível aos estudantes em função dos professores realizarem projetos, encontros e estimularem os alunos a participarem.



Fábio Luporini



(Saiba mais: Funarte)





Os rumos da composição paranaense em pauta

O 1º Encontro Paranaense de Composição Musical, pela primeira vez no Festival, vai reunir compositores paranaenses em três dias de conferências



Mário Loureiro e Chico Mello / Foto: Elvira Alegre

por Ascom 30º FML – Alea/Doc

Com o tema “Rumos da criação musical paranaense”, o 30° FML realiza de 19 a 21 de julho na ACIL - Associação Comercial e Industrial de Londrina (Rua Minas Gerais, 297, 1º andar), o 1º Encontro Paranaense de Composição Musical. As participações dos compositores paranaenses Arrigo Barnabé, Chico Mello, Harry Crowl, Rogério Krieger e Mário Loureiro estão confirmadas.

A programação será aberta nesta segunda-feira, dia 19, às 9h, no auditório da ACIL com o lançamento do livro ‘Obra Coral’ de Henrique de Curitiba, além de uma homenagem ao autor. O evento é aberto a todo o público e a programação completa está no site www.fml.com.br.

“O encontro vai discutir a estética da composição, mas não só a forma como é escrita, mas a tendência moderna que o compositor adota”, fundamenta Marco Antonio de Almeida, diretor artístico do festival. O encontro abrange palestras, conferências e mesa redondas. O diretor artístico completa: “Faremos um ‘varal de partituras’ para expor as partituras desses compositores paranaenses”.

Na programação, estão previstos os seguintes temas: “Panorama da composição musical no Paraná” com Harry Crowl; “A importância da música na sociedade atual”, organizado por Rogério Krieger; “Criação musical e crise da cultura na sociedade contemporânea” discutida pelo londrinense Arrigo Barnabé; a mesa redonda “Aspectos da formação do compositor na atualidade” mediado por Mário Loureiro e “Corporalidade, referência e identidade” coordenado por Chico Mello.

Para o professor da UEL, Mário Loureiro, que será o mediador de várias mesas, o encontro é resultado de uma busca antiga e a oportunidade para saber o estado da arte da composição paranaense. “Temos uma história na composição no Estado, que poderemos levantar agora”, afirma. Segundo Loureiro o formato do evento vai permitir a identificação das influências que os compositores paranaenses sofreram na sua formação e abordar as técnicas de formação desses artistas. “Isto é ótimo para as gerações que estão surgindo”, diz.

Sobre os compositores:


Harry Crowl: Estudou na Juilliard School of Music. Foi delegado brasileiro junto à Sociedade Internacional de Música Comtemporânea (SIMC), entre 2002 e 2006. Atualmente, é professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Diretor Artístico da Orquestra Filarmônica da Universidade Federal do Paraná e produtor de programas de rádio da Paraná Educativa FM.


Arrigo Barnabé: Surgiu na cena musical brasileira no final dos anos 70. Em 1980 lança o álbum independente "Clara Crocodilo", marco inicial da vanguarda paulista, apresentando uma fusão entre a música popular urbana e a música erudita contemporânea. Em 2009 estreia o show “Caixa de ódio”, dedicado à interpretação da obra de Lupicínio Rodrigues. Idealiza e apresenta, desde 2004, o programa Supertônica, na rádio Cultura FM.


Mário Loureiro: Graduado em Composição e Regência pela Faculdade de Artes Alcântara Machado(SP), é mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC – SP. Professor do Departamento de Música e Teatro da Universidade Estadual de Londrina.


Chico Mello: Formado em Violão na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Medicina pela UFPR e Composição e Teoria Musical pela Hochschule der Künste, em Berlim. Doutor em Musicologia pela Technische Universität Dortmund, em Dortmund. Trabalhou como arranjador, compositor e instrumentista em grupos de música popular e música experimental no Brasil.


Rogério Krieger: Estudou Regência com Roberto Duarte e com o búlgaro Kamem Goleminov. Atuou como solista da Camerata Antiqua de Curitiba, spalla e membro fundador da Orquestra Sinfônica do Paraná. Recebeu o prêmio Talento do Paraná como destaque na música paranaense. É um dos principais expoentes da nova geração de compositores brasileiros, com obras divulgadas em países como Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra e Angola.

Serviço:
1° Encontro Paranaense de Composição Musical
De 19 a 21 de - das 9h às 17h.
Local: ACIL –Associação Comercial Industrial de Londrina
Avenida Minas Gerais, 297 – 1º andar



(mais informações)
Terminado o I Encontro Paranaense de Composição Musical



16º SPEM abre as atividades do 30º Festival de Música de Londrina


Agência UEL



Durante três dias educadores do Paraná e de outros estados brasileiros discutirão o ensino da música nas escolas

Em um momento em que todo o país discute a obrigatoriedade do ensino da música nas escolas, o 16º Simpósio Paranaense de Educação Musical (SPEM), evento científico que acontece de 8 a 10 de julho, no Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) vai debater a “Educação Musical na Escola: da proposição à ação”.

O Simpósio faz parte da programação do 30º Festival de Música de Londrina, que vai até 24 de julho. O evento será aberto pela presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM), professora Magali Kleber, de Londrina, falando sobre o tema central do simpósio, às 9 horas, na quinta-feira (8) no Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA).

“Queremos envolver mais as pessoas que estão trabalhando na prática. Após quase dois anos da aprovação da Lei 11.796/08, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de Música, percebe-se que ainda há um longo caminho a percorrer. Queremos mobilizar os profissionais e também os estudantes, mas sabemos que a situação está bastante arraigada e temos um tempo para que a situação se dilua e comecem a ocorrer mudanças”, explica a professora Helena Loureiro, coordenadora do encontro.

O 16º SPEM vai apresentar diversas ações bem sucedidas, que estão sendo realizadas no ensino da Música e também, as pesquisas que têm contribuído para o aprimoramento destas ações e a formação de professores. Nos painéis serão apresentadas experiências significativas no Paraná, como parcerias entre as instituições de ensino superior e a comunidade.

Uma experiência que será apresentada no simpósio relata o trabalho desenvolvido na Escola Municipal Norman Prochet, em Londrina, pelos alunos do curso de Música da UEL. “Os alunos da graduação em Música realizam estágio curricular nesta escola com alunos da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental, há seis anos e no ano passado, todos os alunos tiveram aula de Música”, relata Helena Loureiro.

Na programação de sexta (9) e sábado (10), destacam-se os minicursos: “A música no contexto da disciplina de arte” com Cleusa Cacione (Londrina), “A educação musical nos anos iniciais do Ensino Fundamental” com Sérgio Figueiredo (SC), “A educação musical da educação infantil” com Helena Loureiro (Londrina), “Para professores de música graduados ou em curso de graduação” com André Vercelino (Londrina), “Educação musical para bebês”, com Micheline Góis (Maringá), “Um canto em cada canto; estratégias em educação musical através do canto coral” com Oleide Lélis.

Programação artística

Na quinta-feira, 8, às 20 horas no Teatro Zaqueu de Melo (Av. Rio de Janeiro, 413) o Quarteto de Violões de Londrina, formado pelos músicos Inácio Rabaioli, Yuri Marqueze, Tiago Ridolfi e Lucas de Oliveira se apresentam executando obras de Bocherini, Piazzolla e Pixinguinha.

No dia 9, sexta-feira, é a vez do grupo “Café no Sangue”. Eles se apresentam no Meninas Bar (Av. Maringá, 1550) a partir das 21h30. Formado por Rosana Erthal (flauta), Júlio Erthal (saxofone), Osório Perez (violão de sete cordas), Marcos Pajé (cavaquinho) e André Vercelino (pandeiro), o conjunto apresentará um repertório diversificado, mesclando diferentes estilos formadores do choro e brincando com timbres, além de trabalhar contrapontos inspirados em Pixinguinha & Benedito Lacerda em choros clássicos e modernos, do século XIX ao XXI. (Fonte: Assessoria de Imprensa do FML)

16 SPEM-abertura: grupo "Samba 172" (alunos do curso de música/UEL)



Projeto oferece assessoria na área de música à comunidade

Agência UEL



O projeto de extensão “Procedimentos Técnicos em Regência e Preparação Vocal – Atendimento à Comunidade”, coordenado pelos professores Lucy Schimiti e Jailton Santana, do Departamento de Música (CECA) e também regentes da Divisão de Música da Casa de Cultura, presta assessoria à comunidade nas áreas de técnica vocal, dinâmica de ensaio, classificação vocal, regência, etc.

As pessoas interessadas em receber atendimento devem entrar em contato pelos telefones 3371-4761 (Departamento de Música) ou 3322-5224 (Divisão de Música da Casa de Cultura), e agendar um horário com os coordenadores do projeto. Segundo a professora Lucy Schimiti, existe uma carência na prestação deste tipo de assessoria na região. “As pessoas que mais nos procuram são líderes de grupos vocais, cantores, regentes de grupo musical de igrejas, professores e até pessoas que ministram palestras”, informa a professora.

O projeto também oferece atendimento a pessoas interessadas em montar corais em empresas ou instituições. “Além disso, fazemos cadastro das pessoas que têm interesse em receber informações sobre eventos e cursos nas áreas atendidas pelo projeto”, acrescenta o professor Jailton Santana. O projeto existe há cinco anos e conta com a participação de estudantes do curso de Música da UEL.

MÚSICO NÃO PODE DAR AULA EM ESCOLAS PÚBLICAS?

MÚSICO NÃO PODE DAR AULA EM ESCOLAS PÚBLICAS?
ELZA MARTINS - Pedagoga


Escolas públicas e privadas de todo o Brasil têm até 2011 para incluir o Ensino de Música, obrigatório em toda a Educação Básica dentro da grade curricular. Desde que foi instituída a Lei nº.11.769, sancionada em 18 de agosto de 2008 pelo Presidente Lula, vetando o artigo que previa a exigência de licenciatura específica de música para os professores, a novidade está dividindo opiniões sobre quem deve dar estas aulas.

Músicos de todos os cantos estavam otimistas com a possibilidade de um novo campo de atuação na área de ensino, porém, a empolgação sofreu um banho de água fria, porque a lei prevê que, quem ministrará estas aulas são professores de arte, que estão recebendo curso básico de 40 horas para poder aplicar a disciplina em sala de aula.

Assim, subentende-se que os professores que não são músicos poderão dar aula de música, enquanto músicos que não são professores de arte não poderão ensinar música, um contraponto a ser pensado, pois, o que impede o músico de dar aula e o que classifica um professor de artes à ensinar música?

Assim como, para o músico falta o conhecimento teórico da pedagogia, metodologias do ensino aprendizagem, fundamentos da psicologia e desenvolvimento das práticas regulares – Didática, falta para o professor o conhecimento do solfejo, da escrita musical, da história da música e principalmente na maioria dos casos o talento, a sensibilidade de tocar um instrumento e dele extrair música que difunde as mais diversas sensações e sentimentos.
Partindo do pressuposto que a criança aprende interagindo com o meio, podemos afirmar que aprender música, tocar um instrumento, cantar, também é rir, imaginar, brincar, conhecer e certamente ajudará as crianças a se alfabetizarem nas múltiplas linguagens, o uso deste instrumental no espaço escolar, prevalecem as dimensões produtivas, informativas e cognitivas e não somente lúdicas ou afetivas.
Será que não é um momento de se ter um novo olhar e pensar em habilitar estes músicos pedagogicamente a favor do melhor resultado para nossas crianças?

MÚSICO NÃO PODE DAR AULA?

Nas escolas em música as turmas infantis são pequenas, as aulas são ministradas por Professores de música que embora sem licenciatura pedagógica, são especialistas graduados e pós graduados na sua especificidade.
Há escolas hoje em dia na rede de ensino onde a música faz parte de suas atividades extracurriculares, como no caso da escola Dom Bosco, localizada na zona leste de São Paulo, que possui musicalização para as séries iniciais, flautas intermediárias, canto nas 8ª Série além da participação de alunos com outras habilidades em diversos instrumentos.

E os projetos sociais?

Quantas vezes o desenvolvimento musical é ferramenta para inclusão social de milhares e milhares de crianças como Projeto Pracatum de Carlinhos Browm, reconhecido internacionalmente, Instituto Bacarelli na favela o Heliópolis, Projeto Guri, Educar para a Paz e tantos outros, vidas de crianças e adolescentes resgatadas de uma sociedade de poucas oportunidades.

A OPINIÃO DE NETINHO DE PAULA SOBRE O ASSUNTO:

Olha, primeiramente eu queria parabenizar a iniciativa do deputado estadual Rodolfo Costa e Silva, que protocolou, em 2003, um projeto de lei que obriga a inclusão da matéria "Prática Musical" na grade curricular das escolas públicas do Estado de São Paulo. Ao meu ver, esta ação, se implementada corretamente, será de grande valia às crianças e aos adolescentes, pois contribuirá para o pleno desenvolvimento cultural, intelectual e até de coordenação motora destes jovens. Não preciso nem mencionar a importância da música em toda a minha vida. Eu digo que, graças ao meu envolvimento com o samba quando morava na Cohab, eu contrariei as estatísticas e pude ter uma formação, ao lado do Negritude Jr., diferenciada em relação a diversos amigos de infância. Sou eternamente grato por isso!
Eu concordo com a opinião do Roberto Bueno, presidente da OMB-SP. Anualmente, muitas pessoas se graduam em Música e, portanto, possuem um amplo conhecimento sobre este curso, tornando-se profissionais capacitados para atuarem de várias formas na área. Isto poderia ser aproveitado, sem dúvida nenhuma. Mais de 50 mil músicos desempregados é um número assustador. Poderíamos, através disso, diminuir este indicador. Sinceramente, não sei se 40 horas serão suficientes para que estes professores de artes estejam totalmente habilitados a lecionarem a matéria. A expertise dos músicos tornaria o ensino ainda melhor. De uma forma geral, os jovens são resistentes às aulas teóricas. Os educadores formados no curso de música poderão dar noções mais práticas, levando os alunos a terem uma proximidade ainda maior com diferentes instrumentos. Além disso, isto ajudaria a não criar sobrecargas nos professores de artes".
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Artigo publicado na Revista músico! - nº 1 - Stembro/2009 - Págs. 14 e 15
http://www.tribunadomusico.com.br/

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

As Novas Tecnologias e a Educação Musical

Arnaldo Oliveira










1.Onde está a educação musical?
A música está em todos os lugares, seja como atração principal de um concerto ou pano de fundo de uma peça de teatro. Pode estar dentro do carro, na sala de jantar, na casa ao lado, ou mesmo no cantar sofrido de algum transeunte. Talvez ela se faça presente apenas no pensamento, evocando lembranças e sensações distantes do passado. A música tem poderes para acalmar ou exaltar, alegrar ou entristecer, diminuir a dor ou trazê-la de volta, fazer lembrar ou fazer esquecer. É impossível permanecer imune a esta forma artística que, ao longo dos séculos, vem diversificando-se e expandindo-se, infiltrando-se e conquistando espaços, sempre evoluindo através da troca de influências e de misturas entre seus estilos.

A música está em todos os lugares, até mesmo no som dos talheres à mesa ou nos carros passando e freando bruscamente. O conjunto sonoro do cotidiano proporciona ritmos e melodias constantes, tanto nas composições agitadas das grandes cidades como nas tranqüilas sinfonias dos parques e florestas. Tudo é música, mas o nada também é música. John Cage já afirmou que o silêncio é música, apresentando uma obra feita da ausência total de som.

Mas para identificar e apreciar essa música onipresente é preciso sensibilidade, algo inerente à todo ser humano mas que nem sempre se mostra na superfície do comportamento. Portanto educar musicalmente é, acima de tudo, desenvolver a percepção e criar condições para uma relação frutífera com os sons da vida. O papel do educador é o de mostrar os caminhos para compreender a música, uma compreensão que não se limita aos aspectos técnicos da organização teórica de ritmo e harmonia, mas que envolve também o refinamento do gosto e do paladar musical. Porém, a teoria faz parte da educação, proporcionando estruturas importantes que sustentam a base para um melhor entendimento da realidade prática, assim como o estudo histórico ajuda a entender os caminhos trilhados até o momento presente. Esse processo de educação conta com a aquisição de novos conhecimentos, o processamento das informações recebidas, e a interação dos conteúdos com a experiência dos indivíduos envolvidos. Tudo isso pode ocorrer tanto nos meios formais quanto nos não formais.
Educação Formal e Não Formal

O ensino musical formal ocorre nas escolas e instituições aprovadas por órgãos oficiais, no nível básico e no superior. O objetivo principal é, de uma maneira geral, criar um embasamento no indivíduo, sensibilizando-o a diferentes estilos de música e permitindo uma maior compreensão de sua história. No ensino básico algumas escolas oferecem a música como disciplina individual, sendo que outras a colocam como um elemento dentro da disciplina de artes. É fundamental destacar a importância da musicalização infantil, por representar o primeiro contato com a música e ser um fator decisivo na formação apreciativa da mesma. Forçar o estudo pode criar uma aversão, que irá persistir no futuro com a noção de que música e escola não se misturam, e que o universo do professor é distinto daquele da arte que o aluno gosta. Depois de introduzir o assunto e desenvolver as potencialidades básicas da criança, é vital dar oportunidades para a continuação do processo, através de atividades extra classe que permitam a cada um a prática de suas habilidades e interesses particulares. Um exemplo claro seria a formação de bandas musicais de diversos níveis e estilos com alunos.

A educação não formal existe em diferentes ambientes e situações, podendo estar organizada dentro de um conservatório ou distribuída entre professores individuais que especializam-se em determinadas áreas da música. Existem ainda materiais didáticos diversos – livros, revistas, métodos, vídeos – que permitem ao aluno ser seu próprio mestre, freqüentemente capturando informações de várias fontes para formar seu conhecimento. Percebemos então uma forte tradição de caráter autodidata no aprendiz musical, que persiste mesmo quando a figura de um professor está presente. A natureza do aluno deixa-o em estado de alerta permanente, vasculhando e garimpando todos os espaços em busca de algum conteúdo que o interesse.

A principal meta da educação não formal é desenvolver instrumentistas, habilitando os alunos tecnicamente para a performance musical e criando o domínio completo da prática e da teoria (a prática sempre sendo enfatizada). Esta centralização no instrumento é atraente para muitos alunos, que acreditam assim ficar no essencial, relegando a um segundo plano o raciocínio intrínseco da academia, onde existe a preocupação de criar um embasamento geral no indivíduo. Para tanto várias disciplinas evocam discursos que trazem um teor filosófico ao qual muitos músicos não estão habituados. Esse contraste causa um distanciamento entre o mundo acadêmico formal e a origem não formal da maioria dos instrumentistas.

O uso de novas tecnologias pode estabelecer um novo padrão no ensino musical, tanto no formal quanto no não formal. A tecnologia pode agir como elemento de conexão entre assuntos diversos, juntando a prática e a teoria e consolidando a educação musical de maneira a agradar professores e alunos. O acesso à informação fica facilitado e há a possibilidade de criar uma nova consciência musical, onde não exista radicalismo ou aversão contra nenhuma área do conhecimento.

No entanto, para avaliar o uso da tecnologia no ensino musical é preciso identificar quem são os alunos, onde obtém a informação, e que tipo de estudo é adequado.
Quem são os alunos?

Todo e qualquer ser humano é um aluno de música em potencial. Cada um têm um ritmo próprio dentro de si, marcado pelas batidas do coração ou pela freqüência dos passos do caminhar. Em maior ou menor intensidade, todos são emocionalmente envolvidos com melodias e carregam sentimentos juntos à músicas do passado. Entretanto, nem todos conseguem trazer à tona a musicalidade que encontra-se no seu interior, e jamais desenvolvem sua percepção cultural ou mesmo uma carreira na área artística.

Dentre aqueles que têm a oportunidade de acessar a informação, encontramos três grupos principais nos quais devemos nos concentrar. O primeiro deles é de crianças, que estão tendo seu primeiro contato com a música – o que pode despertar um interesse que irá perdurar pela vida inteira. O segundo é dos estudiosos da música propriamente ditos, instrumentistas ou teóricos acadêmicos que refletem sobre o universo musical. O terceiro grupo é da população em geral, não envolvida diretamente com a produção da música , mas que a aprecia e gostaria de aprender mais a respeito.

O trabalho feito com crianças têm o objetivo de, através de jogos e brincadeiras, desenvolver a sensibilidade e criar as primeiras noções de ritmo. Esse momento é marcado pela total ausência de preconceitos que possam interferir no processo. É importante proporcionar a chance da experimentação com instrumentos musicais, usando a curiosidade característica da idade e refinando seu sistema auditivo. Quando o aluno adquire a estrutura básica e deseja aprofundar-se ele passa à uma nova etapa de estudos, que pode até culminar em uma vida acadêmica dedicada à música. Nessa fase posterior vários campos compõem a aprendizagem, juntando a prática de performance com a teoria musical, assim como estudos de composição, arranjo, história, etc. Também existem aqueles que não se dedicam ao estudo da música, mas que criam uma demanda de informações e necessitam de uma formação cultural mais acentuada. Para estes, mais do que a parte técnica, interessa a história musical – especialmente aquela de seu país – para poder compreender a realidade artística em que vive.

A missão do educador é indicar os caminhos a serem percorridos, mostrar onde está a informação e como ela pode ser utilizada. Certas áreas do estudo da técnica musical exigem repetições mecânicas contínuas, e ali o professor têm um papel importante incentivando, avaliando, e reportando progressos. É necessário que a informação certa chegue até o aluno certo, dentro de seu nível de capacitação e entendimento. A educação musical têm nas novas tecnologias, portanto, um aliado vital na tarefa de disponibilizar essas informações. E apesar de meios como a Internet ou o vídeo serem novidades no ensino da música, a influência que a tecnologia exerce sobre a mesma pode ser notada fortemente ao longo da história.
As Novas Tecnologias

O desenvolvimento tecnológico teve ampla influência na música, seja nos seus meios de produção, distribuição, ou mesmo em seus estilos e tendências. O surgimento dos meios de comunicação de massa abriram novas frentes de batalha para músicos e compositores, deixando-os então imersos no complexo sistema da indústria fonográfica, até chegarmos ao mundo atual – com computadores, gravadores multicanais e estúdios.

Provavelmente o primeiro efeito da tecnologia na música foi o aperfeiçoamento dos instrumentos, através da melhoria técnica dos luthiers – nome dado aos fabricantes artesanais de instrumentos – e experimentações com a acústica. Com instrumentos melhores a mais bem acabados pode-se chegar a um resultado sonoro mais satisfatório. Mas depois de executada a composição perdia-se no espaço e no tempo, e somente seria recuperada se mais uma vez fosse interpretada. A única forma de passar a música a outro músico era a escrita, sendo que cópias de partituras eram feitas à mão, uma por vez. O desenvolvimento viria facilitar a produção de diversas cópias de modo quase instantâneo, viabilizando assim o primeiro canal de transmissão de informação musical. Mais tarde, com o surgimento de meios de gravação, a música pode ser registrada e passada à frente com a interpretação e a sonoridade própria de cada compositor. Esse caminho evoluiu até a era digital da contemporaneidade, onde existem gravações de altíssima qualidade e já vende-se música através de redes de computadores.

A evolução tecnológica afetou até mesmo o direcionamento dos estilos da música moderna, com timbres que transformaram e revolucionaram não somente o som mas também o papel social desempenhado pelos músicos. Como exemplo podemos citar a guitarra elétrica no rock dos anos 50, com sua rebeldia e agressividade, e o uso de sintetizadores (teclados capazes de sintetizar diferentes tipos de som) na década de 80, dando origem ao que iria se chamar de "new wave", estilo leve e descontraído que tinha um forte apelo no aspecto visual. Em 1981 a MTV – Music Television – foi fundada nos Estados Unidos, marcando uma nova etapa da música popular que elevou ao expoente máximo a importância da imagem do artista. Atualmente, qualquer seja o estilo em análise, popular ou erudito, há a necessidade do som estar acompanhado da imagem. Se existe um texto sobre a vida do instrumentista, ou uma gravação de sua mais importante performance, queremos também ver seu rosto, ou talvez saber que tipo de vestimenta usa para identificar à qual tribo ele pertence.

O estabelecimento da linguagem MIDI (Musical Instrument Digital Interface) foi outra contribuição notável da ciência à música. O padrão MIDI permite conectar instrumentos eletrônicos entre si e em computadores. Tal tipo de comunicação pode ser utilizada em vários contextos, inclusive na educação.

Em resumo, a tecnologia ajudou a delinear o funcionamento das estruturas que regem a música hoje. O rádio, a televisão, o vídeo, o computador, a internet – todos tiveram um importante significado em suas respectivas épocas de surgimento. Para acompanhar a história da música é preciso compreender como ela foi afetada nesse sentido, do mesmo modo que analisamos fatores sociais, políticos ou econômicos. É preciso combater o medo do futuro que por vezes domina o cenário, medo de que as máquinas irão um dia substituir os músicos – algo não raro quando falamos no aperfeiçoamento de equipamentos eletrônicos. Como exemplo dessa "substituição" temos o amplo uso de baterias eletrônicas (ocupando o lugar de percussionistas), e teclados eletrônicos (atualmente capazes de reproduzir praticamente o som de qualquer instrumento). Porém, o que percebemos mais freqüentemente é a integração da tecnologia na realidade já existente, onde ela atua somando e facilitando, e não destruindo e complicando.

As Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Musical

Assim como em todos os outros aspectos anteriormente mencionados, a tecnologia também representa um importante personagem nos processos de educação musical. A facilitação da transmissão de informações, principalmente através da possibilidade de gravar o som e repassá-lo por meios de comunicação de massa, marcou um novo período em que o acesso à música é extremamente simples. Pode-se aprender com os grandes mestres do passado, aprender com a música vinda de países distantes, aprender com metodologias feitas por professores de renome, ou até mesmo aprender com os próprios erros. Observando as novas tecnologias aplicadas à educação musical encontramos três principais categorias – a vídeo-aula, os computadores, e a Internet.

Vídeo-aula foi o nome popular que estabeleceu-se para os vídeos comerciais voltados ao ensino da música. Uma das produtoras reconhecidas como pioneira nesse mercado é a empresa americana DCI Music Video, e como seu slogan diz ela "definiu os padrões" que hoje são seguidos por todos os seus competidores. A companhia surgiu de uma escola de música em Nova York chamada Drummers Collective, quando aulas especiais foram registradas em vídeo pelos proprietários Rob Wallis e Paul Siegel. O produto dessa experiência tornou-se disponível para encomendas pelo correio e teve enorme aceitação, e em 1983 o primeiro vídeo foi comercialmente produzido. A partir de então a vídeo-aula iria especializar-se em diferentes formatos, destinados a públicos específicos entre os estudantes de música. Como exemplo de possibilidades de organização desses formatos, temos os seguintes tópicos:

Iniciantes – Vídeos com informações básicas como: qual instrumento comprar, como afiná-lo, e princípios de como tocá-lo.
Artistas – O material de nível mais avançado utiliza nomes de músicos renomados para uma associação com qualidade de ensino.
Assunto – O nome do professor é sempre acompanhado do assunto discutido na vídeo-aula, seja ele um estilo de música ou a análise de uma determinada técnica.
História – Certos vídeos retratam a história de um estilo de música ou de um artista, marcando a trajetória de sua evolução.
Performance – Vídeos baseados no registro de apresentações ao vivo, com a finalidade de perpetuar eventos ou tributos.

Já na década de 90, com a difusão do computador pessoal como artigo comum em qualquer residência, novos recursos foram colocados à disposição do aprendiz de música. É importante ressaltar que o computador não só era outro meio de divulgação de informação, mas também oferecia uma alta interatividade do usuário para com a máquina. CD-Roms foram especialmente criados para aproveitar esse mecanismo, colocando sob o controle do aluno exercícios que antes exigiam a presença de uma segunda pessoa. Como exemplo temos o treino da percepção rítmica, melódica e harmônica, ou seja, o reconhecimento de ditados envolvendo ritmos, melodias simples e acordes musicais. O treino da percepção é baseado na repetição contínua dos exercícios, e programas de computador atuam como mestres incansáveis e infalíveis, características necessárias nas áreas onde a música torna-se uma ciência exata. Além disso, o computador permite a realização de gravações caseiras de qualidade digital, podendo-se dessa forma exercitar uma série de outros quesitos dentro da educação da música.

Entretanto, a maior contribuição do computador à educação musical ocorre quando surge a Internet. Sendo uma rede de redes, o gigantesco volume de material disponibilizado inclui páginas de referência, e sites especializadas em determinados artistas, instrumentos, ou estilos de música. Existem aquelas destinados a educadores, com sugestões para o planejamento de aulas, e outras com a intenção de atingir diretamente o aluno, com atividades e testes em vários níveis. É fundamental entender à qual grupo se dirige a informação, seja ele infantil, de educadores, de músicos profissionais, ou aberto à população em geral.

Os recursos de hipertexto oferecem uma ótima oportunidade para o ensino da história da música e de seus instrumentos. Links com exemplos ilustrativos de imagens e áudio podem ajudar na explicitação da evolução histórica de estilos, assim como a diferenciar o som de cada instrumento. A grade da partitura de uma peça pode ser colocada na tela enquanto ela é interpretada, e o ouvinte tem a opção de escolher quais instrumentos irão participar, adicionando-os um a um até chegar à orquestra completa. Este uso sincronizado de áudio com o acompanhamento da partitura resulta em novas formas de estudo, além de desenvolver a leitura musical em um contexto não tradicional.

Muita informação musical é disponibilizada através da Internet, mas ainda falta uma melhor organização dentro da rede. Uma sugestão seria a criação de "portais" que direcionassem o internauta a páginas dentro de seu nível de compreensão e interesse em cada assunto. Faltam cursos online com professores que possam estimular o raciocínio e resolver problemas. Faltam listas de discussão mais específicas dentro de questões musicais, e faltam sites que objetivem a preservação histórica da música brasileira. É essencial que os esforços para o progresso do uso da Internet caminhem nesse sentido, procurando sanar deficiências e aumentando a qualidade e a amplitude dos serviços da rede.

Conclusão

Chegamos à reflexão final sobre a importância do uso das novas tecnologias na educação musical. Percebemos então que, apesar dos diversos trabalhos já realizados, existe ainda um amplo campo a ser explorado no sentido de utilizar os avanços conquistados pelo homem. São inúmeras as vantagens para a educação musical, sendo que alguma delas quase não foram colocadas em prática. Esse é, por exemplo, o caso da viabilização de cursos à distância.

Uma análise do perfil da maioria dos aprendizes de música revela um alto teor de autodidatismo. O aluno chega a suas próprias conclusões a partir da mistura de informações vindas de fontes diversas, sempre colocadas em contraste com o gosto pessoal e experiências passadas. Em determinados momentos o estudo da música é fortemente subjetivo, e ao invés de verdades absolutas procuram-se respostas que funcionem para o indivíduo. Com a tecnologia, há uma diversificação das opções de sistemas de aprendizagem, e mais alternativas de referência são oferecidas. A figura do educador cada vez mais surge como um facilitador, orientando o aluno numa absorção mais efetiva do material.

A utilização da tecnologia pode juntar elementos da educação formal com outros da não formal, beneficiando tanto o aspecto prático dos meios não formais quanto a teoria mais generalizada presente nos meios acadêmicos. Como conseqüência temos uma aproximação da prática real de performance – o lado puramente instrumentista – com a academia, estimulando quem sabe um maior número de músicos a tornarem-se também pesquisadores. O uso do vídeo, por exemplo, pode trazer para dentro da sala de aula filmes ilustrando a vida de grandes músicos do passado, ou documentários detalhando as etapas no desenvolvimento de certos estilos musicais.

A Internet possibilita um intercâmbio entre localidades distantes, gerando trocas de experiências e contato com a música de outros países. Essas "pontes" que hoje existem entre diferentes mundos representam o único meio de acesso para quem não vive perto dos grandes centros urbanos. Somente nas grandes cidades pode-se conviver diretamente com a informação. Profissionais qualificados estão lá concentrados pela presença de estúdios, gravadoras, orquestras, estações de TV, etc. Portanto, é necessário que estes músicos disponibilizem cada vez mais seu conhecimento, seja produzindo vídeos, organizando material didático avançado, ou preparando sites na Internet.

Uma fatia majoritária dos músicos modernos lida com a tecnologia de maneira direta, aplicando-a como parte de sua rotina de trabalho. Atualmente entender de equipamentos eletrônicos é requisito básico e essencial, e aquele que não adaptar-se a essa nova realidade ficará excluído do circuito principal. Esta também deve ser a tendência seguida no ensino da música, onde professores precisarão de mais material, irão produzi-lo, e por ter mais material disponível outros professores começarão a incluir tais recursos em suas metodologias e sistemáticas.







este artigo é de:
Daniel Gohn